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LIDERANÇA: ASSIM NO ESPORTE COMO NO MUNDO CORPORATIVO.

  • Writer: Daniel Ruy
    Daniel Ruy
  • May 13, 2024
  • 4 min read

Updated: Jun 13, 2024





Nos últimos tempos todo de semana virou um ritual acompanhar os jogos da Premier League, o campeonato de futebol da Inglaterra. Não só a organização, beleza dos estádios gramados e uniformes encantam, mas também toda história por trás de cada clube, os cânticos das torcidas e também todos os magníficos cases de liderança dos treinadores.


É possível fazer excelentes paralelos entre a liderança de um treinador no esporte e gestores em uma empresa. Eu poderia passar horas falando sobre cada treinador da Premier League, seus sucessos e fracassos, adoro o tema e tento sempre aprender com as histórias.


A presença de treinadores de esporte e atletas tem sido cada vez mais requisitada em eventos corporativos.


No cenário internacional, o técnico que mais admiro nos dias atuais é o italiano Carlo Ancelotti, exemplo de bom treinador e talentoso gestor de pessoas.


Ancelotti é a minha grande inspiração de liderança.


Mas quem está em voga nos últimos tempos são dois proeminentes treinadores do futebol inglês, o carismático alemão Jürgen Klopp, treinador do Liverpool e o pragmático argentino Maurico Pochettino, hoje treinador do londrino Chelsea.


Os dois entraram em destaque por levarem seus times á final do campeonato de clubes mais importante do mundo, a UEFA Champions League em 2019 após viradas históricas e emocionantes sobre adversários dificílimos.


Somente um líder genuíno como Klopp seria capaz de fazer o time entrar em campo desfalcado de suas principais estrelas e ainda assim motivado, com foco e determinação pra encarar o todo poderoso Barcelona, comandado por ninguém menos que Lionel Messi.


Um líder que conhece o seu time, reconhece suas limitações, se preocupa com os atletas e realiza uma gestão de performance e desenvolvimento muito próxima é capaz de unir tática e garra para uma missão impossível como essa, com claro entendimento de que o jogo é muito físico, mas muito psicológico também e que o coletivo prevalece sobre o individual - sua principal estrela o egípcio Mohamed Salah estava no banco de reservas não com o uniforme do clube pois sabia não poderia jogar, mas de forma simbólica com uma camiseta com os dizeres "Never Give Up!".


Missão impossível, mas cumprida brilhantemente num dos momentos mais bonitos da história do futebol moderno. O zagueiro croata Lovren deu entrevista após o jogo relatando a conversa do vestiário. "Vão lá, façam o que sabem fazer de melhor e divirtam-se" foram as palavras do técnico antes de um jogo de pressão absurda para o elenco. Ao final, o Liverpool saiu-se vitorioso em uma partida de heróis improváveis como o atacante reserva belga Origi e como se de outro lado nem estivesse um time tão poderoso assim, superação incrível!


Pochettino sempre pregou a chamada excelência diária, gestão de custos e recursos do clube na unha, dedicação diária aos treinamentos, não admite corpo mole, falta de comprometimento coletivo, permite o desenvolvimento individual, dá oportunidades, luta sempre por melhores condições de trabalho, crê no talento individual e proporciona liberdade para talentos jovens crescerem dentro do time. Seu estilo de gestão levou o seu ex-clubeTottenham a outro patamar desde a sua chegada em 2014 e os números mostram isso com clareza. Sob seu comando, somente o Manchester City, campeão de 2 das últimas 4 edições do campeonato, marcou mais pontos no futebol inglês.


Quan­do foi en­cer­ra­da a fa­se de trans­fe­rên­ci­as em 2019, o Tot­te­nham foi o pri­mei­ro ti­me na his­tó­ria da Pre­mi­er Le­a­gue a não in­cor­po­rar um úni­co jo­ga­dor no cur­so de uma cam­pa­nha in­tei­ra, imaginem o peso dessa mensagem de confiança para os jogadores, passando total confiança no grupo que ele fechou, com eles decidiu seguir e assim o grupo também seguiu fechado com ele.


Entrou em campo desfalcado do seu principal goleador e em larga desvantagem contra o badalado Ajax, da Holanda, time jovem e talentoso, jogando o futebol mais bonito do momento e que chegou surpreendentemente à semifinal derrubando na Liga o sempre favorito Real Madrid, da Espanha e o já citado esquadrão da Juventus, campeão da Itália.


Não era fácil, na verdade parecia impossível, mas justamente o que o Pochettino mais trabalhou e pregou para o time durante toda a temporada, aquela excelência diária, aquela liberdade para os talentos se desenvolverem, aquela confiança de que, se existisse um time apto para vencer era aquele time foi o vetor da recompensa e a estrela do brasileiro Lucas Moura brilhou para marcar os 3 gols salvadores que levaram o time pra final inédita e memorável.


Lindas histórias, escritas por mãos de verdadeiros líderes e cunhadas por Times que na hora mais importante da temporada não puderam contar com seus principais talentos individuais. Foi preciso, então, trabalho da liderança e superação do grupo.


Ambos tem muito mérito e fizeram uma final sensacional no dia 01/06/2019, vencida pelo Liverpool, mas com um único fato incontestável: liderança focada nas pessoas e no coletivo triunfou mais uma vez.


O gestor que não compreender isso com clareza ficará superado, não há outro caminho a não ser gerir o propósito, o momento da carreira, o talento e a expectativa das pessoas. O trabalho do líder agora é estabelecer padrões altos, porém alcançáveis, organizar projetos, papéis e responsabilidades, dar exposição, motivar, influenciar, dar exemplo, ser justo, defender a diversidade e preservar seus valores pessoais e os da instituição que representa.


Seja no esporte ou nas empresas, será sempre assim daqui pra frente, não existe desafio impossível para um trabalho conjunto realizado e entregue com e pelo Time


 
 
 

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